A Última Garota Solteira

A Última Garota Solteira
Brian Quinlan
Depois que Sarah assegura as amigas que levará um acompanhante para a festa de Ano Novo, ela tem apenas um mês para encontrar o Sr. Perfeito. Será que um encontro ruim após o outro vai convencê-la a desistir do plano ou o cara perfeito pode estar escondido bem debaixo do nariz dela?
Arranjar um acompanhante para a grande festa em quatro semanas quando pensei que poderia ir sozinha? Desafio aceito. Agora, preciso encontrar um cara bonitão e interessante disposto a ir para uma festa de gala a caráter. De última hora. Alguém que ainda não tenha planos para a noite de encontro mais movimentada do ano. Mas, até agora, a melhor parte da busca pelo acompanhante ideal era a cafeteria fofa que encontrei e o dono nerd que continua me resgatando desses encontros loucos que arranjo no eLove.com
Imagina, tudo isso deve ser fácil! Afinal, a internet é o lar de todas as suas esperanças e necessidades, certo? Alerta de spoiler: Não, não é. Entre um bromance e um pai solteiro louco que precisa contratar uma babá e governanta, e não uma namorada, estou ficando sem opções. Se ao menos um certo cara fofo não falasse ao telefone com uma tal de “querida” todos os dias. Quanto mais bizarra as coisas ficam, mais eu penso que deixar tudo para lá ir sozinha seria algo do tipo… sou uma Mulher Independente e bla bla bla. Esqueça o fato que meu coração continua me trazendo de volta para uma certa cafeteria mesmo quando eu não preciso estar lá... Quero dizer, meu coração nem sempre consegue o que quer, não é?


A ÚLTIMA GAROTA SOLTEIRA

BRIA QUILAN
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A última garota solteira
Direitos autorais © 2012 por Bria Quinlan
Tradução: Elaine Lima

Todos os direitos reservados. Sem limitar os direitos de autoria reservados acima, nenhuma parte desta publicação pode ser reproduzida, armazenada ou introduzida em um sistema de recuperação, ou transmitida, de qualquer forma ou por qualquer meio (eletrônico, mecânico, fotocópia, gravação ou outro) sem a permissão prévia, por escrito, da autora.

Esta é uma obra de ficção. Nomes, personagens, lugares e incidentes são o produto da imaginação da autora ou são usados de forma fictícia. A autora reconhece o status de marca registrada e os proprietários de marcas de vários produtos referenciados nesta obra de ficção, que foram utilizados sem permissão. A publicação/uso dessas marcas não é autorizada, associada ou patrocinada pelos proprietários das marcas.
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1 UM

VERDADES SOBRE NAMOROS # 1: É justo quando você está confortável e feliz com seu grupo de amigas solteiras, que o desastre aparece.

— Jonathan é tudo o que eu sempre quis em um cara. — Angie girou o palito de azeitona em torno do seu martíni. — Nem posso acreditar que meu irmão nunca o levou lá em casa antes. Quero dizer, eles são melhores amigos desde a faculdade.
Ela disse isso como se ele tivesse cursado a faculdade há décadas, em vez de apenas alguns anos atrás. Eu não pude deixar de me perguntar se talvez saber que sua irmã roubaria seu melhor amigo fosse o motivo dele nunca ter levado Jonathan para casa dos pais. Ele estava escondendo o pobre rapaz, Caving provavelmente achou que perderia o amigo para sempre.
— Uau! — Claire sorriu e aquilo me deixou nervosa.
Não que ela não gostasse de Angie, mas o senso de humor de Claire era como uma navalha, mesmo sendo certeiro. Ela tinha o guarda-roupa de Carrie Bradshaw e a esperteza de Dorothy Parker. Seus comentários sempre pareciam surgir do nada, como um resfriado de verão. Um dia você está na praia, então… bam! Você está na cama doente. Ela meio que me assustava.
— Ir visitar os pais parece ser a melhor maneira de encontrar um cara — continuou Claire, antes de uma pausa dramática. — Eu voltei com Marcus.
— Sério? — Becca empurrou sua bebida para fora do caminho. — Como isso aconteceu?
Como era de se esperar, eu estava boiando. — Quem é Marcus?
Claire acenou para a garçonete e apontou para sua bebida pela metade, sem se preocupar em olhar na minha direção. — Eu sempre esqueço que você não estava por perto nessa época.
A verdade é que eu perdi muitas coisas pois não costumava andar com essas mulheres.
No outono passado, eu tinha um grupo adorável de amigas. Assim como qualquer grupo, você tem o seu círculo íntimo de amigos, que interage vagamente com os círculos externos. Como um diagrama de Venn de relacionamentos. Uma pequena vida confortável com muitos amigos por perto.
Até os primeiros noivados… depois os casamentos… depois vinham as casas nos subúrbios. A próxima coisa que você percebe é que todos no seu círculo íntimo estão casados e você está lá… largada, enquanto interage com uma mistura de círculos mais soltos e menos coesos, embora ainda fossem um pequeno grupo agradável. A vida era boa.
Até chegar a semana de Ação de Graças.
— Marcus e eu crescemos juntos, mas não começamos a namorar até o último ano da faculdade. Quando nos formamos, ele voltou para assumir a construtora da família e eu me mudei para cá para fazer publicidade. Você conseguiria me imaginar morando na Grande Comunidade Rural Americana?
Não, eu realmente não conseguiria. Claire se recusava a deixar qualquer pessoa sem status de celebridade local tocar em seu cabelo ou pele. Apenas para fazer manutenção em um salão de beleza ela teria que fazer viagens mensais de quatro horas.
— Mas quando o vi no jogo de futebol na quinta-feira, foi como se nunca tivéssemos nos separado e… bem, vamos apenas dizer que tudo voltou aos trilhos.
Ela parecia tão feliz… nem um pouco como a Claire que eu conheço. Eu não tive coragem de perguntar como o relacionamento daria certo desta vez.
— Eu não posso acreditar que vocês ficaram no fim de semana, porque… — Becca arrastou a palavra e eu sabia o que estava por vir. — Eu conheci o cara mais legal do mundo no avião. Ele é advogado em Nova York. Sentamos um ao lado do outro. Nunca fiquei tão feliz por ficar presa na pista por três horas. Ele mudou o voo dele, então fizemos parte de nosso retorno juntos também e… — Becca respirou fundo antes de terminar em um só fôlego — ele está vindo para cá para o Ano Novo!
Recostei enquanto ouvia os comentários delas sobre seus caras novos… e reciclados, sobre suas viagens, o ano novo e como o feriado seria ótimo.
— Sabe o que devíamos fazer? Se estão todos vindo para cá, deveríamos mudar nossa reserva de Ano Novo.
Espere! O quê? Não!
— Vamos apenas adicioná-los à nossa mesa.
— Mas eu pensei que estava tudo esgotado. — Tentei manter o desespero longe da minha voz. Tínhamos planejado tudo há meses. As garotas solteiras se divertindo à noite. Nenhum casal nos fazendo sentir deslocadas na segunda maior noite romântica do ano.
— Vou ligar para o meu agente de viagens agora mesmo. Tenho certeza que ele pode nos arranjar algo. — Claire estava falando no celular antes que eu pudesse dizer “noite das garotas”. — Oi, lindão. É a Claire. Preciso de um favor. — Ela soltou aquela risada de não-tem-graça-mas-preciso-de-algo antes de abrir um sorriso para nossa mesa. — Oh, você é um doce… eu sei, não é? Preciso de uma ajudinha com nossa mesa para a festa do Assassinato com Gelo… Eu sei, não é? Vou ficar fabulosa com meu vestido de melindrosa. Uma festa com toda a badalação dos anos 20 e ainda com assassinatos misteriosos é genial.
Angie e Becca empurraram suas bebidas de lado para se inclinar, tentando ouvir a conversa por cima do barulho crescente da multidão do bar.
— Bem, nós gostaríamos de ter mais algumas pessoas sentadas conosco. Existe alguma maneira de encaixá-los? … Aham… Sim… Com certeza. Posso garantir que você entre na lista para essa vaga… Claro. Bem, precisamos de mais três.
— Espere! — Angie acenou com a mão na frente de Clair. — E quanto a Sarah?
Todos se viraram em minha direção e fiquei tentada a dizer que estava noiva e me casaria na véspera de Ano Novo, e se elas e seus recém-encontrados paqueras estavam livres no dia.
— Ah. Sarah, você conheceu alguém também? — Desde o início dos tempos, também conhecido como casamento de Julie há quatro anos, o santo de Claire não bateu com o meu. Sua natureza competitiva parecia triplicar na minha presença. Só que eu realmente não fazia ideia pelo que estávamos competindo, então só tentava ficar fora do caminho dela.
Eu pensei em mentir, mas sabia que fingir que tinha um namorado resultaria em todos os tipos de armadilhas sociais que eu não poderia evitar. Além disso, eu tinha assistido Muito Bem Acompanhada. Aquele era um caminho que eu não queria trilhar.
— Não, não exatamente. — Eu arrastei o exatamente esperando que elas pensassem que tinha algo que eu não queria contar… como se talvez houvesse um cara que eu estava escondendo delas. Um cara incrivelmente gostoso que possuía uma pequena ilha particular escondida na costa de um certo país rico. Obviamente, não podia falar sobre ele por razões de segurança.
— Melhor reservar quatro — sussurrou Angie. — Tenho certeza de que Sarah não terá problemas em arranjar um acompanhante.
Claire ergueu uma sobrancelha para mim como se ela não apenas soubesse o quão improvável seria aquilo, mas esperava que eu a apoiasse nisso.
Oh, não, Claire. Não peça um quarto assento. Todos nós sabemos que ninguém gostaria de sair comigo, muito menos desistir de uma das melhores noites de festa do ano para sair com uma curadora de museu nerd.
Aham…
Em vez disso, apenas sorri… e tive pensamentos malvados.
Claire inclinou a cabeça como se pudesse ler minha mente e sorriu de uma forma que dizia claramente: Oh. Coitadinha.
— Que tal você reservar quatro? É uma mesa completa, certo? — Claire sorriu e acenou com a cabeça. — Pode colocar no meu cartão de crédito. Cuidaremos de dividir entre nós depois.
Maravilha. Que jeito de chutar a própria bunda, Sarah. Exatamente o que torna as festas de fim de ano brilhantes… pagar por uma cadeira vazia.

1 DOIS

VERDADE SOBRE NAMOROS # 2: Nenhum homem jamais vai entender e amar você da mesma forma que a sua melhor amiga.

— Aqui é a Jane. Ou eu estou passeando por aí com minha linda filha ou saindo com meu maravilhoso marido. Ou estou mentindo e limpando os banheiros. De qualquer forma, deixe uma mensagem após o bipe.
Biiiiip.
— Ei Jane, é a Sarah. Só ligando para bater um papo. Espero que seu Dia de Ação de Graças tenha sido ótimo. Me ligue quando puder. — Fiz uma pausa, prestes a desligar, então disse de uma vez antes que perdesse a coragem. — Além disso, estou lhe enviando algo por e-mail agora. Se você puder dar uma olhada, não mostrar pro Matt, e não contar a ninguém, seria ótimo. OkObrigadaTchau.
Eu me apressei em dizer as últimas palavras, desligando antes que pudesse mudar de ideia.
Eu estava em pânico. Eu sabia que isso aconteceria. Sabia que alguém precisava ter essa honra, mas nunca pensei que eu acabaria sendo a última garota solteira.
Parecia um título.
Talvez eu devesse mandar fazer cartões de visita.
Ou… talvez não.
Não era apenas a ideia de ser a última garota solteira, era tudo o que vinha junto. Os eventos para os quais você não é convidada, porque as pessoas acham que você se sentiria desconfortável sozinha. A maneira como certas mulheres sempre te lembram que elas têm alguém… e você não. O sentimento de solidão que você sente às vezes, mesmo com sua melhor amiga, porque você sabe que não é mais a melhor amiga dela.
Então, como qualquer mulher emocionalmente encurralada, fiz algo extremo.
Entrei no eLove.com para tentar encontrar alguém especial, ou não tão terrível, para o Ano Novo.
Foi na internet que encontrei as coisas importantes que precisava nos últimos anos: um apartamento, um emprego, um carro… minha bolsa Kate Spade. Então, sim, eu tinha alguma confiança na internet.
Porém, enquanto eu olhava meu perfil, sabia que não havia maneira de contornar aquilo. Jane teria que ser minha voz da razão. Toda vez que eu relia, tudo que eu conseguia pensar era que qualquer pessoa sã presumiria que um filhote de cachorro golden retriever estava procurando um par.
Não podia acreditar que eu realmente coloquei que gostava de dias ensolarados e de uma boa caminhada antes de me enrolar em frente à lareira para uma noite aconchegante.
Por que também não adicionei uma foto do meu mordedor de brinquedo favorito?
Claro, eu era um golden retriever com sapatos muito caros e um apartamento na cidade, mas ainda assim.
Apertei enviar e tentei fingir que minha melhor amiga não estava em algum lugar olhando para seu iPhone e rindo histericamente.
Aquilo demandou mais esforço da minha parte do que eu queria admitir.
Enquanto esperava uma resposta, fiz o que qualquer mulher racional faria… fui à livraria e comprei todos os livros sobre namoro escritos nos últimos quatro anos.
Sim, usei o caixa de autoatendimento.
Eu folheei todos eles, olhando as “regras” e fiz anotações sobre os perfis. Eu criei listas do Essencial e do Nem Pensar e, em seguida, risquei metade delas depois de ler em todos os livros que você não deve ser muito exigente.
A maioria dos livros tinha problema de dupla personalidade.
Parte de mim queria ignorar a chamada quando o toque da Jane soou. Ela me retornou cerca de quatro horas mais rápido do que o esperado. Obviamente, minha mensagem, ou anúncio pessoal, justificava uma ligação bastante imediata. Isso não poderia ser um bom sinal.
Apertei o botão para atender e falei antes que ela dissesse algo. — Se você rir, vou desligar, mudar de estado e você nunca mais vai me ver.
— Eu não estou rindo. Estou casada há menos de dois anos, eu lembro como foi horrível tentar encontrar o cara certo.
Eu sabia que ela falava sério. Ela nunca dizia aquelas merdas que as pessoas casadas costumavam dizer. Tipo, Ah, apenas espere e o cara certo aparecerá OU Se você apenas preenchesse o espaço vazio, não viveria sua vida sozinha.
— Pra dizer a verdade, estou feliz que você tenha enviado para mim. Eu fiz um monte de alterações. — Jane começou a cantarolar baixinho, eu só podia presumir que era para o bebê. Embora, para ser honesta, era um ruído estranhamente reconfortante. — Quem conhece você melhor do que eu, certo? Posso até ser tendenciosa, mas te amo e vou chutar o traseiro de qualquer pessoa que não te aprecie como deveria.
Meus olhos se encheram de lágrimas. Eu afastei o celular do rosto e funguei, não querendo que ela soubesse o quanto suas palavras me afetaram.
— Acabei de enviar, você deve receber em um segundo. — Jane cantarolou mais um pouco, depois um veio um barulho de água. — Estou dando banho em Dahlia, ou ela está dando banho em mim, um ou outro. Diga-me, por que o desejo repentino de entrar em um site de relacionamentos?
Eu não queria confessar minha iminente vida de solteirona, mas ela provavelmente previu isso de qualquer maneira. Contei a ela dos planos para o Ano Novo e como todo mundo voltou magicamente do fim de semana de Ação de Graças com um namorado. Como o que era para ser uma noite das garotas acabou me transformando em vela… bem, neste caso um candelabro.
— Então, O Alfabeto acabou mudando os planos e esperava que você saísse com elas e seus novos namorados?
Jane as chamava de O Alfabeto desde antes de se casar. As três: Angie, Becca e Claire, se conheciam há mais tempo. Quando as garotas solteiras começaram a cair no esquecimento, Claire juntou suas compatriotas e se tornou uma Alfa-insira-uma-coisa-que-começa-com-V.
Acho que elas ficaram surpresas ao ver que eu também era uma delas. Talvez se meu nome fosse Deirdre…
— Sim. Claire adicionou quatro cadeiras à nossa mesa.
— Eu nunca gostei dela. — Jane era, entre outras coisas, extremamente leal. — E não é só porque ela nem te considera direito. Ela nunca é gentil com ninguém. Filhotes de gato não conseguiram derreter aquele coração de gelo.
— Bem, a garota tem conexões. Não há festa em que ela não consiga nos colocar na lista.
— Claro. Porque você sempre foi uma garota festeira. Eu bem sei como são esses curadores de museus. Mais doidões que estrelas do rock.
— Você subestima totalmente a qualidade festeira do meu povo.
— Por que você simplesmente não para cá? Você sabe que é sempre bem-vinda. Você não precisa de um cara para entrar na minha casa.
A melhor parte daquela declaração é que eu sabia que ela falava sério. Não era uma oferta por pena, ou algo do tipo: porque-somos-amigas-eu-tenho-que-dizer-isto.
— Eu sei, obrigada. Mas eu preciso ter uma vida além de ir para o museu, e ocasionalmente visitar você e Michelle. — Eu engoli o resto das palavras sobre como eu estava começando a me sentir deixada para trás e como eu estava com medo de acabar sozinha… não apenas sem namorado, mas sem amigas disponíveis.
— Não faz sentido ficar infeliz na noite de Ano Novo só para provar algo. Vamos fazer uma noite de jogos. Michelle e Roger virão. Nossos novos vizinhos Mitch e Emily estarão aqui. Contratamos uma garota da vizinhança como babá.
— Uau, você contratou uma babá? — Isso significaria deixar Dahlia fora de sua linha de visão por um tempo.
— Hum… Bem, sim. — Jane fez um pequeno ruído de tosse.
— O que foi isso?
— Eu disse… ela vai ficar de babá na sala dos fundos.
— Jane, se eu não te amasse, não me importaria em dizer que só falta uma capa da Revista TIME para você ser aquela mãe.
Ela riu, o que era bom. Mesmo construindo vidas diferentes, ainda entendíamos uma a outra.
— Sarah, ela tem quatro meses, não quatro anos. Mas estou melhorando. Eu deixei a mãe do Matt levá-la outro dia e nem mesmo liguei para checar… mesmo quando ela atrasou por dez minutos. Tenho certeza de que ela isso fez de propósito, você sabe que aquela mulher não gosta de mim.
Viu? Exatamente isso. Um dos motivos pelo qual era melhor ser solteira.
Sogras.
— Acho que vou tentar o Plano A primeiro.
— Você só tem quatro semanas até a noite de Ano Novo. Como você vai conseguir… Dahlia! Não. Não beba isso. Isso é shampoo. Eca!
Eu ri quando o barulho de água ficou mais alto. Se fosse logo no início, quando Jane teve o bebê, a essa altura teríamos desligado e esperaríamos para conversar mais tarde. Mas nos últimos meses, aprendemos que era melhor deixar rolar.
— Me desculpe por isso. Então, o plano?
— Vou escolher os cinco melhores caras na primeira semana. Vou passar a segunda semana conhecendo-os. Então, alguns dias antes e depois do Natal, irei em alguns encontros e verei o que acontece. O que me dará um espaço pequeno de tempo antes da véspera Ano Novo.
Tudo que recebi como resposta foi silêncio. Até o barulho de água havia parado magicamente.
— Bem, veja o que você acha das minhas alterações. Além disso, espero que você me envie seu nome de usuário e senha para que eu possa checar esses caras. — Jane respirou fundo. Eu podia imaginá-la criando coragem para dizer algo. — Você sabe que não importa se você está namorando alguém ou não. Era para ser uma noite das garotas, se elas estragaram tudo, não é culpa sua.
Eu não deveria ter precisado tanto ouvir isso, mas mesmo assim…
— Obrigada, de verdade… obrigada.
— Não esqueça seu nome de usuário e senha!
— Contanto que você não vá se passar por mim.
— Eu não prometo nada.
Claro que ela não prometeria.


1 TRÊS

Médico do Centro: Eu trabalho em um grande hospital no centro da cidade. O trabalho demanda muito do meu tempo, mas procuro alguém com quem compartilhar os momentos livres. Alguém que goste de museus, filmes, música e uma boa refeição. Eu adoraria encontrar uma mulher independente, mas que me deixe mimá-la um pouco.

O Médico do Centro, ou Trey, estava marcado para me encontrar às 13h30. Estávamos trocando e-mails quase desde o começo. Obviamente, ele me ganhou ao citar museu, mas eu estava ansiosa para ver se sentiria aquela faísca. Pelo perfil dele, ele era exatamente o meu tipo: Alto, bonito, bem-sucedido. Ele entendia que ter uma carreira não era apenas uma ocupação, mas uma paixão.
Por ordem de Jane, iríamos nos encontrar em um local neutro, uma cafeteria que eu tinha encontrado online.
A cafeteria ficava a cerca de meio quarteirão da estação trem, escondido em uma rua lateral. Ao vê-la, eu perdi o fôlego. Era a cafeteria mais mágica que eu já vi.
Era como se alguém tivesse transportado uma cabana irlandesa e a colocado entre as paredes de pedra mais altas do bairro. Persianas verdes se estendiam em torno das janelas de molduras pretas, e lâmpadas de gás cintilavam em cada lado da entrada.
Imagine o lugar perfeito para um encontro romântico.
Eu empurrei a pesada porta de carvalho e paralisei, surpresa ao ver o interior que combinava com o lado de fora. Em vez daquelas cadeiras de madeira feias compradas na IKEA e mesas estéreis de metal e madeira, aconchegantes cadeiras com combinações diferentes estavam aninhadas sob mesas de carvalho de diferentes tamanhos e formas. No final do salão, uma lareira crepitava, emoldurada por estantes do chão ao teto. Várias poltronas e uma mesa de café de aparência rústica foram postas nos cantos ao lado da lareira.
Mas a melhor parte eram as pinturas.
Uma coleção obviamente bem pensada agraciava uma parede, mas a exposição em si precisava de alguns ajustes
Todas as informações certas estavam lá, mas a iluminação estava ruim e as placas de informações mal colocadas. As obras nunca venderiam assim, não importa quão talentoso o artista fosse.
— Você gostou? — ressoou uma voz profunda atrás de mim, não esperava uma voz daquela em um cenário tão peculiar.
Esperava que fosse Trey, porque não havia nenhuma maneira de que nada menos do que gostoso fosse conectado a uma voz como aquela. Eu me virei, esperando ver um perfeitamente elegante,1,80m, gostosão executivo. Não foi isso que encontrei e estava seriamente começando a questionar as capacidades do mecanismo de busca da eLove e os perfis dos homens.
Ele não era gostosão e nem era muito alto. Ele definitivamente não era elegante. Para ser justa, ele era mais alto do que os meus 1,75m, mas eu gosto dos meus homens imponentes. Eu acho que ele era bonito de uma maneira simpática. Magro com ombros largos, do jeito que eu gostava que os meus homens fossem. Mas o cabelo dele… o cabelo dele me fez querer penteá-lo: longo demais para domar, curto demais para ficar assentado.
É melhor que não seja o Trey.
— O artista obviamente tem muita habilidade. Eu gosto da série. Naves de Catedrais? Poucas pessoas pensariam em pintar um detalhe tão pequeno de um espaço tão grande.
— Eu sei, foi isso o que me atraiu. Passa uma sensação de… segurança, não é? — Ele olhou para as pinturas um pouco mais antes de virar os olhos castanhos calorosos para mim. — Eu sou John.
Apertei a mão dele, tentando ser educada enquanto tentava me acomodar. Suspeitava que ficar tão perto assim de um cara qualquer enquanto seu encontro ainda não tinha chegado não era a melhor primeira impressão.
— Sarah.
— Bem-vinda ao Coffeesão, Sarah. Primeira vez aqui?
— Hum, sim. — Parecia estranho compartilhar isso com alguém, especialmente alguém que eu não conhecia.
— Ótimo. Comprei o lugar há quatro meses, ainda estou conhecendo os clientes frequentes. Posso te trazer alguma coisa?
Ah! O dono. Menos estranho, então.
— Estou esperando alguém, mas claro. — Eu o segui até o balcão e olhei o menu. Foi estranhamente reconfortante ver que tinha tamanhos pequenos, médios e grandes. Eu não era fã de adivinhação de café. Depois de pedir um chá chai médio, voltei para a parede de arte.
O Lugar estava tranquilo, apenas um senhor mais velho sentado no canto lendo um jornal. Eu sabia que aquilo não poderia ser bom para os negócios, mas era perfeito para mim.
— Você realmente parece gostar da galeria.
— Exibição, ou mostra. Ou até mesmo exposição.
— Desculpa, mas… o que?
— Isso aqui é o que você chama de exibição, não uma galeria. Galeria já é outra coisa.
— Ah… — John sorriu de uma forma engraçada. Ele parecia mais confuso por eu corrigi-lo do que pela palavra.
— Desculpa, é que… trabalho em um museu. Isso é parte do que eu faço.
Eu não disse a ele o quão mal planejada sua exibição era.
— Deve ser um trabalho muito interessante. É a primeira vez que coloco algo nas paredes. Quero dizer, além das terríveis imagens que estavam aqui antes. Estou tentando atrair mais clientela.
— Eu prefiro assim. — A voz veio do outro lado do salão. — Agradável e silencioso.
— Esse é o Ernest — explicou John, depois baixou a voz. — Não se importe com ele. Seu passatempo é ser mal-humorado.
— Ah… — Quero dizer, o que mais você poderia realmente dizer diante disso?
— Vou deixá-la relaxar antes que seu amigo chegue aqui. Se você precisar de alguma coisa, me avise.
John me deu um sorriso e voltou para o balcão, puxando uma toalha de cima de uma mesa enquanto ele ia.
Eu me instalei em uma das poltronas macias perto da lareira, aproveitando o espaço. Eu estava checando meus e-mails, fazer isso no fim de semana era um grande risco quando você trabalha para um museu, quando um homem alto, que era ainda mais bonito do que a foto dele no casamento de sua irmã, passou pela porta.
— Sarah? Sinto muito, estou atrasado.
Olhei para o relógio sobre o balcão. Ele tinha atrasado dois minutos, se o relógio não estivesse adiantado.
Levantei-me e estendi a mão, insegura de qual seria a etiqueta para encontros do eLove.
— Oi, prazer em te conhecer. Você não está nada atrasado. — Eu sorri, tentando parecer tranquila, quando na verdade eu estava uma pilha de nervos.
— Mesmo…? — Ele olhou para o relógio e meio que franziu a testa. Em seu mundo dois minutos devem ser uma eternidade.
Bom saber.
— Posso te oferecer um refil?
Eu ergui o meu chá meio cheio e balancei a cabeça. — Não, obrigada. Acabei de pedir esse.
— Já volto. — Ele sorriu. Foi um sorriso reconfortante. Um que eu tinha certeza que ele usava no hospital o tempo todo. Isso me fez pensar o quão ele era acostumado a lidar com as pessoas. E se ele estava apenas lidando comigo.
Pare. Simplesmente pare.
Jane me avisou para não pular para as piores suposições logo de cara. Ela disse para deixar as coisas acontecerem e não ficar analisando tudo.
Ela também disse que queria atualizações imediatas por mensagens assim que ele saísse. Ele era tão bonito que eu queria enviar uma mensagem de pré-encontro para ela.
Trey pagou por sua bebida e deu a John um aceno curto para terminar a conversa. Ele vagou pelo café, olhando para todo aquele ambiente acolhedor.
— Lugar adorável. Você vem aqui com frequência? — Assim que as palavras deixaram sua boca, ele corou. E assim eu relaxei. — Quero dizer, aqui é um ponto de encontro comum?
— É realmente adorável, não é? E não, é minha primeira vez aqui. Eu pensei que escolher um lugar em que nenhum de nós sentisse que pudesse esbarrar com alguém conhecido seria confortável.
— Você pensou muito sobre isso?
— Para ser honesta, esta é a minha primeira vez encontrando alguém que conheci online. Minhas amigas tinham muito a dizer sobre isso. Muitas das chamadas regras.
— Como o que?
— Ah, você sabe. Seja pontual, mas isso é apenas boas maneiras. Café, não jantar. Em algum lugar não muito perto de casa. Não entre no carro de ninguém. — Dei de ombros. — A maioria delas era apenas senso comum.
— Alguma realmente estranha?
Eu quase odiei contar a ele, mas por que não descobrir logo de cara se ele tinha senso de humor?
— Michelle sugeriu chegar perto o suficiente para sentir seu cheiro. Se você cheirasse a animal de estimação, então sua casa cheiraria a animais e se nos casássemos eu ficaria presa em uma casa com cheiro de cachorro pelo resto da minha vida, e provavelmente até ganharia no divórcio. Ela é bem otimista. Eu disse a ela que antes veria se sobreviveríamos ao café.
Ele riu… um som gutural e profundo. Obviamente, cheiros estranhos e casamento nos primeiros cinco minutos não o assustou.
— Eu não tenho animais de estimação. Adoraria ter um cachorro, mas os meus plantões são um pouco loucos. Não acho que seria justo para ele ficar preso em casa o dia todo. E quanto a você?
— Bem, tem o Winston. Mas ele é apenas um peixe-beta, então ele fica preso em casa o dia todo de qualquer maneira.
Olhe para mim, sendo todo charmosa e tal.
— Então, Trey, conte-me sobre o seu trabalho. — Eu repassei mentalmente todas as dicas dos livros de encontros. Pergunte sobre ele, sorria, incline-se, pareça interessada, mesmo que não esteja.
Embora, sejamos honestos. Se um médico bonito e bem-sucedido começa a contar como ele gosta de ser clínico geral e de passar suas férias escalando pela Europa, é muito fácil parecer interessada.
Toda vez que eu tentava acompanhar, ele entrava com algo como Sarah, onde foi sua viagem favorita ou Eu sei que você trabalha em um museu, isso significa que você não gosta visitar eles nas horas vagas?
— Por que exatamente você está em um site de relacionamentos? — Eu queria perguntar isso desde que ele “assobiou” para mim, um movimento de pré e-mail típico do site. Ninguém poderia ser tão bom assim, não é?
— Trabalho com médicos e enfermeiros o dia todo. Eu sei o tipo de horário e as pressões que temos. — Ele encolheu os ombros como se não tivesse outra escolha. — Eu sei que eu nunca seria capaz de fazer dar certo com alguém como eu. Eu queria conhecer alguém fora daquele mundo. Alguém um pouco… tranquila. Eu sei. Isso soa horrível. Não sou um monstro nem nada. Só sou muito focado. Meu melhor amigo me disse que preciso conhecer alguém que saiba como me ajudar a não pensar em trabalho o tempo todo.
Eu podia entender aquilo, todos nós precisamos de equilíbrio. Meu último namorado não entendia que ser curador significava que eu tinha que estar muitas vezes no museu para eventos especiais… mesmo à noite, ou nos fins de semana.
— Mas, e quanto a você? Por que um site de relacionamentos?
Porque eu estava desesperada por um encontro de véspera de Ano Novo simplesmente não parecia ter o mesmo tom que a razão dele.
— Bem, a maioria dos meus amigos próximos são casados, então minha vida social muitas vezes gira em torno de lugares que você não encontra outros solteiros. Não que eu esteja querendo acabar no altar amanhã, mas eu percebi que todos os lugares que eu costumava conhecer homens interessantes eram lugares que você não pode ir sozinha. E você também não pode levar uma mulher grávida com um carrinho de bebê.
— Como em Doce Lar.
Ele não acabou de fazer referência ao meu filme favorito.
— Você tem um bebê — continuou ele — em um bar.
— Exatamente. Embora eu esteja um pouco surpresa com sua habilidade de citar filmes de garotas.
— Minha última namorada adorava filmes. Tudo o que fazíamos era ficar em casa e assistir comédias românticas.
— Ah… — Sim, não era a vida que eu imaginava para mim.
— Exatamente. Você pode ver por que não deu certo. Até tentar convencê-la a experimentar um restaurante novo era como arrancar dentes.
Conversamos por quase três horas, ou dois refis de chai, antes que eu notasse a hora.
Eu esperava que ele ficasse uma hora no máximo. Não havia como eu imaginar que meu primeiro encontro seria logo com ele, com o cara com quem eu não só queria passar a véspera de Ano Novo, mas talvez um bom tempo depois disso. Ele era exatamente o que eu sempre procurei. Nós combinávamos totalmente.
Infelizmente, eu planejei encontrar outra pessoa naquela tarde. Ambos disseram que era o único dia livre nas próximas semanas, então eu disse sim para ambos.
Eu estava tentando descobrir uma boa maneira de terminar o encontro, quando eu ouvi: — Trey. E aí?
Olhei para cima e entrei em pânico.
A mesa era muito pequena. Eu nunca seria capaz de me esconder debaixo dela. O banheiro? Longe demais.


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A Última Garota Solteira Brian Quinlan
A Última Garota Solteira

Brian Quinlan

Тип: электронная книга

Жанр: Юмор и сатира

Язык: на португальском языке

Издательство: TEKTIME S.R.L.S. UNIPERSONALE

Дата публикации: 16.04.2024

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О книге: Depois que Sarah assegura as amigas que levará um acompanhante para a festa de Ano Novo, ela tem apenas um mês para encontrar o Sr. Perfeito. Será que um encontro ruim após o outro vai convencê-la a desistir do plano ou o cara perfeito pode estar escondido bem debaixo do nariz dela?

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